epipiderme20




1ª parte dia 22 de Setembro:

ANTONIO AZENHA_portugal

Nesta performance, pretende-se estabelecer uma situação contínua, à semelhança de um mundo primitivo, em que não existe fronteiras entre o animal, vegetal, e o mineral, tudo pertence à mesma globalidade sagrada. Não, enquanto imitação dos deuses, mas mais como repetição das acções divinas. Esta aproximação das dimensões rituais às práticas religiosas com a função de pôr o corpo a falar fora da margem do signo, com carácter desmaterializante, assumindo o mero som ou ruído de exploração vocal, e quando há palavras estas reduzem-se a pequenas frases ou a palavras isoladas, mais próximo das fórmulas Zen. Esta operação da radicalização da modernidade, ao incorporar nos actos e nos corpos essas práticas ou funções objectuais, não sendo mais do que meras sugestões formais. O apelo ao carácter presentacional e não representacional, torna-se o corpo um veículo de significação sem recorrer ao conceito de personagem.
Uma procura de formas primárias, de um regresso a um tempo primordial, à ressacralização do acto artístico.


RICARDO DOMENECK_brasil

O trabalho de Ricardo Domeneck conjuga elementos de textualismo e videoarte, buscando funcionar na fronteira entre as tradições literária e oral. Utiliza um vocabulário multidisciplinar, movendo-se entre escrita, videoarte e performance, colaborando ainda com artistas sonoros como o duo brasileiro Tetine ou o músico alemão Uli Buder, assim como a partir de sua própria pesquisa, com um coletivo, das técnicas coligidas e sistematizadas pelo coreógrafo brasileiro Klauss Vianna. Tais experiências, unidas ao contacto direto com o público, como DJ e através da oralização de seus textos em festivais de poesia, levam seu trabalho poético a uma prática minimalista em que o material imagético e textual é buscado em seu próprio corpo.


MÁRCIO-ANDRÉ_brasil

O trabalho de Márcio-André reúne poesia, pensamento, música concreta, arte digital e cinema. Apresentou-se em mostras e festivais na Argentina, México, Espanha, Brasil, Peru, Ucrania, França, EUA, Hungria e Reino Unido. No ano de 2007, realizou a performance suicida nos escombros da cidade fantasma de Pripyat, em Chernobyl, convertendo-se no primeiro poeta radioactivo do mundo. Em Suspensión, Márcio-André produz sons ao vivo, valendo-se de um violino elétrico suspenso no espaço por cordas elásticas, bem como de microfones, latas e objetos sonoros pendidos do teto. Suspensión, concebida originalmente para o Museu Eugênio Granell, na Espanha, propõe uma relação espacializada e dinamizada da poesia com o público, aproximando-se da instalação. O público, inserido dentro do espaço do espetáculo, dá, com o próprio corpo, diferentes formas ao som produzido, além de que cada espectador, por estar em uma diferente relação com as inúmeras caixas de som espalhadas pela sala, concebe um espetáculo próprio.


Vídeo de Mario Gutiérrez Cru

2ª parte dia 29 de Setembro:

ANA CORDEIRO REIS- HYAENA FIERLING REICH_portugal

Dedica-se à música experimental / improvisada/ ruídista desde 1996.

O seu trabalho é baseado na improvisação e experimentação, envolvendo a captura de sons e paisagens sonoras, bem como programação e edição (com base em cânones do som do filme) de sequências de sons originados por fontes sonoras heterodoxas - madeira e objectos de metal, pedras , diferentes instrumentos (guitarra baixo preparada, Hexluth - eletrificada luth, Moog e sintetizadores Micro Korg) ou a exploração de possibilidades de som em espaços com características acústicas estranhas.
Cria sequências de som que num momento posterior são editadas e transformadas de acordo com a composição, quebrando as fronteiras do som experimental e música no espaço fílmico. Em 2006, ela cunhou o Cosmobruitism novo género musical com a sua peça Cataclypsa Galakteia, uma colisão frontal de Grindcore e Aerobruitism.

Estudou experimentação, improvisação musical e musicologia com os músicos Portugueses, pioneiros, Vitor Rua e Jorge Lima Barreto (Telectu) e é a mentora dos projectos Imbolc, ZLKNF, Arraial e Satnorte, sendo também a fundadora do colectivo experimental Sabotage en Masse, e tendo recentemente se unido com ZOTE, formando o colectivo chamado Implante Luz. Assina como Hyaena Fierling Reich, um nome atribuído pelo seu professor Jorge Lima Barreto em 2006.

JESÚS RITO GARCÍA_ méxico
Musicos: CHAMBEL SANTOS e MÁRCIO-ANDRÉ

Jesús Rito García (México, 1980). Poeta, ensaísta e editor; autor do livro Recuerdos que no emigran (Pharus/Praxis, 2008). Participou em diversas antologías de língua espanhola: Práctica poética, Ediciones a mano, 2001; Catálogo de artistas en Oaxaca, Tomo II, Casa de la cultura de Oaxaca, 2003; La hermandad de la uva, Los absolutistas editores, 2005; Pie de foto, catálogo de fotografía y poesía, Nueva Babel, 2010 y Poemas para un poeta que dejó la poesía, México, Cuadernos de El Financiero, 2011. É criador e diretor do projeto Editorial Pharus de Oaxaca. Pertenece ao movimento poscorrientista.

Poesia para ninguém

Um viajante envia postais sem destinatários. Cada postal leva um poema ou uma mensagem que não tem destinatário, às vezes são mulheres, irmãos, amigos. Os poemas se apresentam visualmente como postais que tenham alguma imagem de um país distante, de um lugar desconhecido. A idéia principal é falar da poesia livre e sem objetivos precisos. Com estas poemas-cartas-postales, procura-se interagir com música que tenham algo que ver com o país que se mostre no postal.

Marketing poético

Poemas que serão lidos como comerciais de TV o radio. Cada um tem uma ilustração comercial para o poema. Os temas dos poemas são elementos que se difundem da mesma forma que as empresas fazem para vender seus produtos. Nesta ocasião será a poesia e os temas poéticos.


SILVIO DE GRACIA_argentina

Silvio de Gracia propõe em vídeo uma intervenção urbana realizada em Lisboa que passará por 10 cidades.

"Walking with Duchamp" tenta espalhar a inquietação. No entanto, esta inquietude, ao contrário de outras práticas desenvolvidas nos anos 60 e década de 70, afasta-se da provocação "arbitrária", bem como do activismo. No contexto de uma distopia da contemporaneidade, o objectivo da interferência não é criar acções de comunicação artística destinada a promover mudanças sociais, mas facilitar uma tendência utópica, conectar experiência pessoal estética e reeditar o ideal avant-garde da vida vinculada à arte. Já não é o caso de produções simbólicas que estão dentro do discurso da arte politizada.
Silvio de Garcia está preocupado com a criação de acções que provocam ruptura ou abertura, não importando se isto é um acto efémero no tecido de condicionamento social.



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